O Ministério da Cultura registrou investimento recorde de R$ 305 milhões no primeiro trimestre de 2025 via Lei Rouanet — um aumento de quase 70% em relação ao mesmo período do ano anterior. Apesar do cenário promissor, diversas associações culturais estão encerrando suas atividades por falta de planejamento financeiro e estrutura contábil adequada.
Segundo especialistas, a ausência de controle fiscal, falhas na emissão de notas fiscais e tributos não recolhidos são erros recorrentes que comprometem a sustentabilidade dessas instituições. “É preciso tratar as associações como empresas, com obrigações legais e tributárias. Sem isso, não há como acessar recursos públicos ou firmar parcerias duradouras”, alerta a contadora Cristiane Almeida, da Brasis Contabilidade.
A profissional destaca que a formalização jurídica e a atualização de documentos como ata, estatuto e CNPJ são fundamentais para garantir a viabilidade de projetos culturais e ampliar o acesso a editais e incentivos públicos. A regularização também fortalece a credibilidade das entidades junto a patrocinadores e órgãos oficiais.
A atenção à contabilidade se torna ainda mais relevante em períodos estratégicos como o São João, que movimenta mais de R$ 6 bilhões na economia brasileira. “Muitos se queixam da perda de espaço da cultura regional, mas poucos buscam se formalizar para acessar os recursos disponíveis. A gestão contábil é uma aliada da longevidade cultural”, conclui.